segunda-feira, 18 de julho de 2011

MENSANGEM DO DIA COM PE. ZEZINHO

                                   Política e mesmice   

Falo sobre a linguagem convincente. A campanha eleitoral é um dos exemplos de como falta aos nossos candidatos uma linguagem que convença. Se sobra aos pregadores de novas igrejas, falta aos pregadores de novas políticas. A grande maioria repete apressadamente o que se diz em todas as campanhas e, muitas vezes, fala como quem recita um texto decorado. Parecem meninos de escola primária recitando, outra vez, o seu "vote em mim: meu número é"... O leitor já percebeu. Lembra o católico que apenas recita preces, com olhar semi-morto, ao invés de orar o rosário com vida e serena alegria posto que é uma conversa com a mãe que Jesus declarou bem-aventurada porque ouvia! Sim, ele falava do porque de sua mãe ser bendita! Não a descartou da conversa. Leiam de novo o texto e verão.

Mas as frases de sempre das campanhas eleitorais lembram o sermão decorado do padre ou do pastor cujo começo, meio e fim você já conhece. Voe os ouve, mas já sabe o que vai ouvir! É que os crentes cristãos são muito condescendentes...Eleitores também! Mas os eleitores escolhem seus líderes. Os cristãos, raramente. Acatam nomeações. Mas é melhor assim, porque já há política demais dentro das igrejas. Se, porém, há quem se candidate para falar em nome do povo é melhor que saiba falar a este povo cujo nome representará. Se não convence os eleitores, como convencerá seus pares no congresso, muitos deles raposas velhas na profissão de falar e puxar brasa para a sua sardinha?

Acertou aquele candidato a deputado federal que disse:

- Eleitores do nosso vale! Paz às suas famílias e comunidades! Somos trinta cidades e há dezesseis anos não temos um representante em Brasília. Não vou dizer que sou o único nem o melhor. Temos, no mínimo, seis bons representantes; eu entre eles. Se escolherem outro, prometo apoiá-lo. Mas, se me escolherem, vou mostrar, lá, nossas necessidades, explicar do que e porque precisamos, que é isso que faz um deputado federal. O que não podemos é ficar sem um representante. Escolha alguém da nossa região! E, se quiser confiar em mim, meu número é ...

Era sua primeira eleição. Foi o mais votado. Boa dicção, discurso lógico e diferente, jeito franco de olhar as câmeras... Agradou tanto que, nos comícios, os eleitores esperavam a sua vez de falar. Ele soube o que dizer e como se portar diante do povo. Era simples. La direto ao ponto e tinha postura de líder.

O risco, na religião como na política é a mesmice. Quem ano após ano repete sempre as mesmas coisas um dia desmorona. O comunismo desmoronou na Europa também por causa do discurso repetitivo. Perdeu a capacidade de convencer. Quem só ataca os outros, corre o risco de ser antipatizado. O fio que separa a acusação da rejeição é tênue. O povo até aceita que um político atacado se defenda, mas admite que ofenda o adversário. Leva vantagem o agredido! O famoso " Doa a quem doer, denunciarei" já está mais do que manjado. Provoca risos! Mas quem mostra o negativo de maneira positiva e respeitosa tem chance. Tem sido assim na maioria dos pleitos.

Acabaram as eleições. Você viu e ouviu os candidatos, seus rostos, suas frases, sua postura na mídia, sua pressa em falar. Muitos não aprenderam postura, nem compostura. Saem-se mal diante das câmeras. Fariam melhor na câmara? Por melhor que fossem como pessoas, faltou jeito de comunicar. Você diria que não é importante! Mas é! Não é disso que vive um parlamentar? Não vai lá para convencer seus pares? Como fará isso, se não passou confiança nem aos eleitores? Há quem fale bonito e não seja honesto, mas seria bom que os honestos também fossem bons comunicadores. Se querem ir lá e falar em nosso nome, um curso de comunicação lhes cairia bem! Alguns entenderam e fizeram. Outros confiaram demais na sua mesmice. E deu no que deu!

www.padrezezinhoscj.com
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