sábado, 28 de janeiro de 2012

Brasil precisa de leis mais duras contra racismo, diz ´Economist´

A revista britânica The Economist defende a introdução de leis mais duras no Brasil para combater o racismo.

Em uma reportagem sobre o racismo e a situação dos negros no País, a revista diz que ´a questão que o Brasil enfrenta hoje é se o melhor jeito de retificar o legado escravocrata é dar direitos extras aos negros e mulatos´.

Segundo a Economist, essa opção, defendida pelo governo e por ativistas, é válida, mas traz riscos, como a promoção das políticas de divisão racial.

´Uma combinação de leis mais duras contra o racismo e cotas para a educação superior para compensar o fraco sistema público educacional pode ser uma melhor opção´, afirma a revista.

Raízes

A abrangência da escravidão no Brasil e como o País parece insistir em esquecer sua história são citados como raízes do racismo. ´A perversidade da escravidão, o atraso na abolição e o fato de nada ter sido feito para transformar ex-escravos em cidadãos… tudo isso tem um impacto profundo na sociedade brasileira´, afirma o texto.

A revista cita números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que comprovam essa desigualdade, como o fato de mais de metade dos moradores de favelas cariocas serem negros, enquanto em bairros mais ricos, esse percentual não passa de 7%.

A questão da classe no Brasil também é tratada pela Economist, que afirma que os brasileiros argumentam há muito tempo que os negros são pobres somente porque estão na base da pirâmide social – em outras palavras, que a sociedade no País é estratificada por classe e não por raça.

Cotas

A revista entra na polêmica das cotas para negros, apresentando os dois principais argumentos sobre o tema.

De um lado, ativistas ouvidos pela publicação dizem que o legado da escravidão, que se traduz em injustiça e desigualdade, só pode ser revertido com políticas de ações afirmativas, nos moldes do que acontece nos Estados Unidos.

Além da manutenção do sistema de cotas em universidades, segundo a Economist, discute-se a introdução de políticas de contratação levando em conta a diversidade racial.

Já opositores a esse tipo de medidas afirmam que a história das relações raciais no País é muito diferente da americana e que esse tipo de política apenas criaria novos problemas raciais.

´Importar o estilo americano de ações afirmativas cria o risco de forçar os brasileiros a se colocarem em categorias estritamente raciais, em vez de em alguma categoria diferente´, diz a publicação, citando o antropólogo britânico naturalizado brasileiro Peter Fry.
fonte:uol
postado por eliardo

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