O grupo britânico de bebidas Diageo anunciou nesta segunda-feira (28)
acordo para comprar a fabricante brasileira de aguardente Ypióca por
cerca de R$ 900 milhões (300 milhões de libras/469 milhões de dólares),
aumentando presença em mercados emergentes enquanto briga por um maior
espaço em tequila. O valor da transação foi antecipado, com
exclusividade, pelo colunista Egídio Serpa na edição do último dia 17 de maio.
A produtora do uísque Johnnie Walker e da vodca Smirnoff, que tem
planos de ter metade das suas vendas em mercados emergentes até 2015,
anunciou nesta segunda-feira acordo para comprar a marca Ypióca de sua
família controladora, além de parte dos ativos de produção e
distribuição da bebida.
A Ypióca é a terceira maior marca do mercado de cachaça e líder de um
segmento de rápido crescimento dessa bebida, o premium. A companhia,
fundada em 1846 e com sede em Fortaleza, emprega cerca de 3,2 mil
funcionários e tem cinco fábricas no país. A cachaça responde por cerca
de 80 por cento da indústria brasileira de bebidas destiladas.
"O Brasil é atrativo, um mercado de rápido crescimento para a Diageo
com demografia favorável e crescente renda disponível. A aquisição da
Ypióca nos dá a marca premium líder na maior categoria local de bebidas
destiladas", disse o presidente-executivo da Diageo, Paul Walsh.
Emergentes
A Diageo, assim como outros grupos internacionais de bebida, tenta se
fazer presente em países emergentes para compensar a demanda instável
na Europa.
O grupo há muito tempo negocia com a dona da Jose Cuervo para ter uma
parte da marca líder de tequila, avaliada em mais de 3 bilhões de
dólares. Algumas fontes dizem que as negociações esfriaram por causa de
problemas relacionados ao controle da marca.
A companhia londrina recentemente investiu em negócios como a Mey
Icki (Turquia) e ShuiJingfang (China) para aumentar as vendas nos países
emergentes, que atualmente respondem por quase 40 por cento do total da
Diageo.
Lucro
A Diageo disse que a aquisição da Ypióca deve ser neutra para o lucro
no primeiro ano de controle e cobrir o custo de capital até o quinto
ano após o negócio, o que analistas dizem estar em linha com os negócios
recentes. O grupo britânico não deu números exatos de lucro para a
companhia brasileira.
"Nós consideramos positivo esse tipo de negócio em países emergentes,
dando a liderança em marca premium local e sinergia em distribuição a
médio prazo para as bebidas destiladas internacionais da Diageo", disse a
analista do UBS, Melissa Earlam.
Ela estima que a Diageo tenha pago 19 vezes o Ebitda (sigla em inglês
para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) pelo
negócio e estima uma margem Ebitda de 25 por cento nas vendas anuais de
60 milhões de libras.
fonte:diário do nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário