sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Após condenação a 17 anos por abuso, promotor está solto

Segundo Ministério Público, Ricardo Maia é o primeiro promotor a ser julgado no Ceará (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Mesmo condenado a 17 anos e meio de prisão por crime de pedofilia, o promotor de Justiça no Ceará Ricardo Maia segue em liberdade e exerce normalmente a função no Ministério da Justiça. O advogado do réu, Claiton Maria, diz que vai recorrer e pedir a anulação do julgamento no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. O advogado diz que ainda que não descarta a possibilidade de entrar com outros recursos que beneficiem o cliente.

Os pais das crianças comemoraram o resultado do julgamento. O promotor de justiça julgado nesta quinta-feira (2) por crime de pedofilia foi condenado a 17 anos e meio de reclusão em regime inicialmente fechado. Por ser promotor, Ricardo Maia foi julgado pelo pleno do Tribunal de Justiça, instância máxima da Justiça no estado. Dos 19 desembargadores no julgamento, 18 decidiram pela condenação.

Segundo a denúncia, o crime ocorreu em 2005, quando uma das vítimas do crime tinha oito anos, e a irmã tinha nove anos. "Eu perdi a minha infância, praticamente. Eu não tinha com quem brincar. Não tinha o que fazer", diz a irmã mais velha, atualmente com 15 anos. "Ela é insultada na escola. Ela chegava em casa chorando", afirma a mãe da adolescente.

O caso
Segundo a denúncia do Ministério Público, o promotor Ricardo Maia, então coordenador-geral do Decon, convidou as duas crianças para visitarem o sítio dele, em Guaramiranga, na Região Metropolitana de Fortaleza. Lá, de acordo com a denúncia, ele trancou as crianças em um quarto para praticar violência sexual.

O promotor chegou a ficar preso por cinco dias no quartel do Corpo de Bombeiros, em Fortaleza. Ele foi solto e continuava em atividade no Ministério Público até antes da condenação. O advogado diz que a família autora da denúncia mentiu sobre o caso.

"São tantas as contradições. Sem exagero, são mais de 75 contradições. Analisando o depoimento prestado pelas menores, por suas mães, avós e tias, faça a verificação, elas faltam com a verdade", defende Clayton Marinho, advogado de defesa do promotor.

A acusação, por outro lado, defendeu que houve o crime de forma premeditada, conforme explica Assis Costa, advogado assistente de acusação: "Ele arquitetou todo o plano. Começou a agradar a família, depois começou a convidar as crianças para brincar e ir à piscina para tomar banho".

Fonte: G1 CE

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