A prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), em entrevista
ao programa “Direto da Redação”, da TV Cidade, ontem (24), disse que em
2014 o PT está livre para compor seu projeto, ficando ao lado do povo.
Sobre a posição do PT daqui para frente na Assembleia Legislativa, a
prefeita afirmou apenas que o seu partido não tem mais compromisso de
aliança com o PSB em 2014 no Ceará.
Luizianne fez um balanço da
visita de Lula a Fortaleza, dizendo estar feliz. Ela lembrou que nas
eleições de 2004 e 2008 não pode contar com a presença do ex-presidente.
Evitou aprofundar os porquês, mas que estava comemorando o apoio do
“maior líder político da América Latina” ao seu candidato.
Durante
a entrevista, Luizianne fez críticas à Família Ferreira Gomes,
lamentando que haja, segundo ela, uma tentativa de instalar uma
oligarquia no Estado. Sobre as obras do governo do Estado em Fortaleza,
ela ironizou perguntando: “Quais?” A prefeita argumentou que as UPA’s,
por exemplo, têm apoio federal, que o Centro de Eventos teve apoio
federal e o Metrofor estava com 50% feito pela Era Tasso Jereissati.
Luizianne
não conseguiu esconder mágoas do ex-governador Ciro Gomes (PSB), que
ataca sua gestão. Para ela, Ciro se “apequenou” e está desconstruindo a
imagem de uma grande liderança política nacional.
Hoje, quinta-feira, o entrevistado do programa é o governador licenciado Cid Gomes (PSB).
Será consenso no partido?
A
grande questão é se o PT estadual congrega da decisão de Luizianne.
Apesar de ser a presidente estadual da sigla, as coisas no partido do
Lula, não funcionam assim. Luizianne tem controle sobre o Diretório
Municipal, onde se articula com a maioria dos membros e com os filiados.
Mas, como essa é uma tese estadual, os Diretórios das cidades do
interior devem entrar na discussão.
A coisa até parece, mas não é
tão simples. Para que isso parta do PT, é preciso que a decisão saia
através da construção de uma tese que, se não for aceita por todas
correntes, terá que ser decidida no voto. E aí, Luizianne pode ganhar
como, também, pode perder. Agora, uma coisa é inegável, o recado do
deputado federal José Guimarães em se colocar a qualquer custo na chapa
majoritária, parece remar na direção do discurso de Luizianne.
Quanto
a não vinda do Lula nas eleições de 2004 e 2008 – que ela não quis
falar – o motivo foi simples: ela o enfrentou e decidiu contra sua
vontade. Lula chegou a subir no palanque do Inácio Arruda e foi
derrotado por Luizianne. A eleição era municipal e ela ganhou a tese e a
indicação para concorrer.
Com relação às obras, a prefeita se
equivoca quando diz que o governo não tem obras na capital. É claro que
tem. Hoje, nem prefeitura, nem estado faz nada sozinho. É preciso
parcerias para dar andamento as coisas e dividir responsabilidades. Isso
é bom, principalmente, por envolver a todos.
Partindo-se para
esse nível de discussão chegaremos à conclusão de que somente o governo
federal faz obra, o que é uma inverdade; afinal, os impostos são
arrecadados nos estados e municípios. O que o governo federal faz é
apenas retornar o que produzimos.
Agora o mais coerente e
verdadeiro na entrevista da Luizianne é quando ela deixa transparecer
que guarda mágoa dos Ferreira Gomes. Isso era inevitável com o nível dos
debates que ambos os lados desenvolveram. E acredite, Cid e Ciro, têm o
mesmo sentimento por Luizianne. Mas, mágoas a parte, ela está
conseguindo o quer.
fonte:site miséria
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