A gerente de Projetos da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República (SAE), Alessandra Ninis,
apontou ontem que a classe média brasileira gastou R$ 975 bilhões em
2011. "Se ela fosse um País, seria o 18º maior mercado consumidor do
mundo, ou seja, estaria no G-20", comentou Alessandra, durante o IV
Fórum Banco Central de Inclusão Financeira, realizado na capital gaúcha.
Os dados fazem parte do estudo da SAE chamado "Vozes da Classe Média".
Em junho, o órgão divulgou as faixas que leva em conta para definir as
classes sociais da população brasileira, colocando como classe média as
famílias de renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019.
Essa
classe média dependeu, segundo Alessandra, da renda do trabalho para
ascender. Segundo ela, na média, a renda desse grupo é 2,5 vezes mais
alta que a da classe baixa, mas quatro vezes menor do que a da classe
alta. Alessandra disse que essa parcela da população ainda faz pouco uso
do sistema financeiro, já que 77% pagam despesas em dinheiro "Quanto ao
endividamento, 28% da população da classe média tem dificuldade de
honrar dívidas, proporção que cai para 19% na classe alta".
Fruto de transformações
De
acordo com o diretor de regulação do sistema financeiro do BC, Luiz
Awazu Pereira da Silva, "a emergência de uma nova classe média" no
Brasil é fruto de "transformações profundas, de melhora das condições
macroeconômicas do País", registradas nos últimos anos. O BC manifesta
que cerca de 40 milhões de pessoas ingressaram nesse segmento da
população nos últimos dez anos.
Para Awazu, a
evolução das condições econômicas e sociais do País, com avanço do
padrão de renda nos últimos anos, requer uma avaliação mais profunda
sobre a demanda por serviços financeiros no Brasil.
Fonte: Diário do Nordeste
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