Em uma época pré-AIDS, era comum os clubes aplicar injeções usando a mesma seringa (Foto: ThinkStock)
Aos 80 anos, ele diz que não fuma, não bebe e faz dois check-ups por ano. Há mais de uma década, entretanto, Larry convive com a hepatite C, diagnosticada em um desses exames de rotina. E soube que a contaminação se deu, muito provavelmente, em seu antigo trabalho.
Foi isso que concluiu uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Porto Alegre.
O estudo demonstra que a hepatite C, doença que causa a inflamação do fígado, atinge, proporcionalmente, mais ex-jogadores de futebol do que a população em geral.
O trabalho descobriu que vários atletas que atuaram entre as décadas de 50 e 80 contraíram o vírus nos clubes em que atuaram – o índice de infectados chega a 10%, número bem superior à média da população daquele estado, que é de 2%.
O motivo seria o uso compartilhado de agulhas. Era prática comum dos clubes aplicar injeções com vitaminas em todo o elenco após os treinamentos. O problema é que, numa época anterior à Aids, não havia diretrizes médicas para utilização de seringas descartáveis, e a esterilização não era feita de forma adequada.
Larry, que começou a tratar a doença em 2003, conta ter tomando injeções no Fluminense e Internacional. Como ele, grande quantidade de profissionais da bola foi contaminada. E muitos ficaram anos sem saber, já que a doença não tem sintomas e pode demorar séculos para se manifestar. O problema é que, quando se descobre o mal, o paciente já pode ter desenvolvido uma cirrose ou até mesmo um câncer hepático – aí, a única saída é um transplante de fígado.
Fonte: Discovery Esportes
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