Pela
primeira vez, feriado de 25 de março, instituído em 2011 por meio de
emenda constitucional, cairá em um dia útil (Foto: Deivyson Teixeira/O
Povo)
Espécie de “pai” do feriado, o deputado Lula Morais destaca a importância de relembrar a data. Para o deputado, o dia refere-se ao pioneirismo do Ceará, “província que primeiro se movimentou no sentido da abolição”.
Segundo Lula Morais, o fato de o Estado haver se tornado o primeiro a abolir a escravidão em todo o País foi “tão relevante, que José do Patrocínio citava o Ceará como Terra da Luz e berço da liberdade”. Para o deputado, é motivo de orgulho ter sido autor da emenda. “É o cumprimento de um dever, de estar no parlamento e ser autor de uma emenda na Constituição que consagra de forma definitiva a data magna do estado do Ceará”, disse.
Críticas
Entretanto, historiadores cearenses criticam a instituição do feriado do dia 25 de março. Para o ex-diretor do Museu do Ceará e historiador Régis Lopes, a data “não tem importância histórica nenhuma” e a aprovação de uma emenda que determina um feriado nesse dia “mostra que os deputados têm que voltar a estudar História”.
“É uma data meramente simbólica. Se os deputados estudassem História, não teriam votado. É um retrato da ignorância, da falta do que fazer”, complementou Régis. Ele afirma que, para os historiadores, a data não tem significado de libertação. O historiador conta que, no Ceará, o escravo foi liberto porque tinha “pouca importância econômica”.
Lopes ainda afirmou que a data é oficial para a “história dos brancos”, pois os negros ainda continuavam a ser explorados na época. “Uma elite de brancos, com poucos escravos, começa a ler coisas que vêm da Europa e se sente mais humanizada, libertando os escravos. Toma pra si um fato que não foi de doação. Mais cedo ou mais tarde, isso ia acontecer”, argumentou.
Fonte: O Povo
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