Pelo menos 29 crianças foram mortas neste sábado após um ataque de
homens armados a uma escola de Mamudo, no nordeste da Nigéria. Um
professor também foi morto na ação, que as autoridades locais suspeitam
de que tenha sido feita por radicais islâmicos.
A ação aconteceu por volta das 3h locais (23h de sexta em Brasília),
quando os estudantes estavam dormindo em alojamentos de uma escola
governamental. Segundo testemunhas, algumas crianças foram queimadas
vivas na ação.
Um dos estudantes, Musa Hassan, 15, disse que acordou com o barulho dos
tiros e que, quando se levantou, um homem apontou uma arma para sua
cabeça. Ele tentou reagir com o braço e foi baleado na mão. O tiro
destruiu seus quatro dedos da mão direita, que usa para escrever.
"Eles queimaram crianças vivas", disse o adolescente, que ainda afirma
ter visto os criminosos incendiarem o prédio administrativo do internato
e um dos alojamentos da escola.
Após o incidente, os pais dos cerca de 1.200 estudantes que estavam na
escola foram ao hospital de Mamudo, onde chegaram os feridos e os corpos
dos mortos na ação. Alguns dos restos mortais dos alunos não poderão
ser identificados por estarem carbonizados.
O pai de duas crianças mortas na ação, Malam Abdullahi, disse que
pretende tirar seus outros três filhos da escola devido à violência.
"Não é seguro. Os homens armados estão atacando as escolas e não há
proteção para os estudantes apesar de todos os soldados".
Mamudo fica no Estado de Yobe, uma das regiões que está sob estado de
emergência desde 14 de maio, quando o presidente nigeriano, Goodluck
Jonathan, começou uma nova ofensiva para tentar combater o avanço de
grupos radicais islâmicos.
Os principais suspeitos do ataque à escola são os integrantes do grupo
radical islâmico Boko Haram, que costuma fazer ações do gênero contra
instituições de ensino no país, além de combater contra as tropas do
governo. Segundo a filosofia da organização, o modelo de educação
ocidental é um pecado.
fonte:folha de são paulo
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