sexta-feira, 26 de julho de 2013

Muricy: “Com meu currículo na Europa eu ganharia uma estátua e um contrato de 30 anos”

Um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro segue desempregado. Nada que tire o sono de Muricy Ramalho, o treinador já vive há muito tempo no futebol brasileiro e conhece bem a nossa cultura. No Brasil é assim, vencer ou vencer.  “Aqui no Brasil você chega e tem que dar resultado ontem, isso é uma loucura”, explicando a pressão que é estar à frente de um clube brasileiro.

Realidade bem diferente da vivida por Guardiola, Mourinho e Cia. Até por isso, Muricy faz questão de reforçar seu pensamento: técnico para ser bom tem que provar aqui no Brasil. Se puxarmos pela memória essa foi a frase usada por Muricy lá no mundial de 2011, enquanto ainda treinava o Santos e se preparava para enfrentar o poderoso Barcelona.


Quase dois anos depois o cenário continua o mesmo, Guardiola trocou os milhões do Barça por outros tantos no campeão de tudo Bayern, enquanto no Brasil a dança dos técnicos segue rodada após rodada.


“O time dele já é campeão de tudo e agora contratou o melhor jogador da Alemanha  (referindo-se a contratação de Mario Gotze ). Vai nessa linha ai, aqui pra você contratar o jogador é uma dificuldade. Além disso, o Guardiola teve tempo para estudar o time do Bayern, estudar alemão e se preparar pra assumir.  Por isso que eu falo que ser técnico aqui é muito mais difícil, além do trabalho duro, aqui existe o problema da nossa cultura, aqui você não consegue ter uma preparação.  No Brasil o técnico ganha algumas vezes porque tem  muita personalidade” , explica o treinador que já tem quatro títulos nacionais no currículo.

 As diferenças entre as culturas não param por ai. Em seu último trabalho, no Santos, Muricy levou o Peixe a seis finais em dois anos como treinador.  Com esse retrospecto em um clube europeu, certamente Muricy não estaria sem emprego.


“Era uma estátua e um contrato de 30 anos mais ou menos. O Wenger está lá (no Arsenal) há quase 15 anos e não ganha um título faz tempo. E continua lá o trabalho dele, os caras continuam investindo. Em dois anos no Santos em cheguei em seis finais e ganhei quatro, imagina eu com esses números no Arsenal. Aqui eu fiz tudo isso ai e os caras me mandaram embora”.



Muricy não estipulou um prazo para voltar ao futebol, mas mesmo com os problemas culturais do Brasil garante que a preferência é ficar por aqui. “Nenhuma proposta me convenceu, alguns clubes do mundo Árabe também me procuraram, mas a ideia é ficar por aqui.  Não tenho pressa, vou procurar um time que me proporcione boas condições e a chance de ganhar, não tenho problema se tiver que esperar até o ano que vem”, finalizou.


Fonte: Yahoo! Esporte Interativo

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