Um dia após a Justiça Eleitoral barrar a criação da Rede
Sustentabilidade, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto
Freire (PPS), utilizou o Twitter nesta sexta-feira (4) para convidar a
ex-senadora Marina Silva para se filiar ao partido e disputar a
presidência da República em 2014.
"Solidário reafirmo convite do
@pps23 para que junto com a Rede se integre conosco para ser candidata e
disputar 2014!", escreveu Freire em seu microblog.
Na avaliação
de Freire, a participação de Marina na corrida pelo Palácio do Planalto é
fundamental. "Quando ela [Marina] resolveu criar a Rede, o PPS ajudou.
Eu mesmo fui um dos signatários do apoio à criação do partido. Achamos
que Marina expressa o desejo da cidadania. É importante para a sociedade
brasileira termos um candidato com a expressão que ela tem", afirmou o
presidente do PPS, lembrando, ainda, do convite feito pelo partido à
ex-senadora para que se filiasse à legenda no início deste ano.
PTB
O deputado
estadual Campos Machado, secretário-geral do PTB, também ofereceu nesta
sexta-feira (4) espaço para que a ex-senadora se filie à sigla e
dispute a Presidência pelo partido nas eleições do ano que vem.
"Ela
é a Getúlio Vargas de saia. O programa do PTB --com a questão das leis
trabalhistas, nacionalismo, Petrobras-- está em total conformidade com o
que ela vem pregando", diz.
Para formar a Rede, Marina tem
adotado o discurso de renovação da política e de crítica a estruturas
partidárias existentes. A busca por fontes de energia alternativas ao
petróleo também faz parte do programa da Rede.
Apesar disso, ele
diz não ver incoerência. "Novo mesmo, só se ela formasse o partido, mas o
PTB é a opção para ela continuar a pregação dela dentro da sua linha
programática."
Campos disse ter contatado aliados da ex-senadora e
afirma aguardar resposta. "Estamos querendo deixar uma outra opção para
ela, mas sem constrangê-la."
ANÚNCIO
A
ex-senadora deve anunciar na tarde de hoje seu futuro político. Nos
últimos dias, ela recebeu convite de sete legenda. Para disputar as
eleições de 2014, ela precisa estar filiada a um partido político até
sábado.
O Tribunal Superior Eleitoral negou o registro da Rede
Sustentabilidade por 6 votos a 1, após concluir que seus organizadores
não alcançaram o respaldo popular exigido pela legislação, de pelo menos
492 mil eleitores --faltaram quase 50 mil assinaturas.
VOTAÇÃO NO TSE
"Não
temos o registro, mas temos a ética", disse Marina a aliados que a
abraçaram após o fim da sessão, que ela acompanhou no plenário do TSE.
A
ex-senadora chegou ao TSE de braços dados com a socióloga Maria Alice
Setubal, uma das herdeiras do banco Itaú, e ao lado de articuladores da
Rede e de seis congressistas que pretendiam se filiar à nova legenda.
As
esperanças da Rede começaram a ruir logo no início da sessão, com o
voto da relatora do processo, Laurita Vaz, que considerou "inconcebível
no ordenamento jurídico" o pedido da Rede para que o TSE aceitasse quase
100 mil assinaturas rejeitadas sem justificativa pelos cartórios
eleitorais nos Estados.
Também votaram contra a Rede os ministros
Marco Aurélio Mello, Henrique Neves e João Otávio Noronha. Único a
apoiar o pedido do partido, o ministro Gilmar Mendes acusou os cartórios
de abuso e disse ter havido uma orquestração contra Marina.Os
argumentos da Rede contra os cartórios foram rebatidos por vários
ministros. "Ou nos submetemos à lei ou teremos o caos. Voto lamentando,
mas não tenho como juíza, outra opção que não seja seguir a lei", disse a
presidente do TSE, Cármen Lúcia.
Mendes lembrou projeto do
Congresso, defendido nos bastidores pelo Planalto e pelo PT, que visava
sufocar a criação de novos partidos. "É a lei mais casuística que se fez
nesses últimos anos, é de se corar frade de pedra", disse o ministro,
que chegou a suspender a sua tramitação.
"Não vamos dizer agora:
Ah, senadora Marina, não deixe de trabalhar, porque como sempre há
Carnaval, há eleição´", acrescentou, ironizando a atitude de outros
ministros que sugeriram a Marina que continue buscando as assinaturas
que faltaram para organizar sua legenda.
O julgamento de ontem
ocorreu exatos três anos depois da eleição presidencial de 2010, quando
Marina teve 19,6 milhões de votos e saiu das urnas como a terceira maior
força política nacional.
Fonte: Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário