Cid
Gomes foi a Câmara dos Deputados olhando para o futuro. Sua decisão de não se
curvar aos parlamentares federais faz parte de uma estratégia de colocá-lo na
mídia nacional como defensor da moralidade nas relações entre governo e
congressistas. Esse discurso está na pauta de Marina Silva, atropelada na campanha presidencial.
Cid,
cresceu junto ao grupo político que lidera no Ceará. Todos os seus liderados
estavam no plenário da Câmara, apoiando, gritando e vibrando com suas argumentações.
Camilo Santana foi o seu primeiro parceiro ao ver Cid descer da tribuna da
Câmara dos Deputados.
Único
parlamentar da bancada cearense a defender Cid Gomes e tentando minimizar o
desgaste entre Cid e o parlamento, o jovem deputado Domingos Neto, ainda tentou
dizer que Cid estava “pedindo desculpas à sua maneira”, mas não obteve êxito.
Cid estava determinado a seguir com sua opinião sobre um grupo de
parlamentares.
Cid,
mostrou que está afinado com os irmãos Ivo e Ciro que abominam o deputado
Eduardo Cunha. Ivo sinalizou no início da semana que Cid não iria recuar ao atacar Eduardo
Cunha nas redes sociais: “Senhores Eduardo Cunha e Renan Calheiros, picaretas
contumazes, a nação espera suas imediatas renúncias, pelo menos das presidências
da Câmara e Senado”. Escreveu Ivo Gomes na sua página nas redes sociais.
Ciro
Gomes sempre que fala em Eduardo Cunha o trata “como ladrão”. O ex-deputado
Edson Silva contou que certa vez dentro da sala de Michel Temer, quando o
vice-presidente da República presidia a Câmara dos Deputados, Ciro Gomes entrou
na sala e deu de cara com Eduardo Cunha e disparou: “Presidente o senhor recebe
ladrão na sua sala? – segundo Edson Silva, Cunha ouviu calado.
Os
primeiros desdobramentos da saída de Cid Gomes do governo Dilma mostram que Cid não fez nada
impensado após a declaração sobre os “achacadores”. Cid parecia querer explodir
contra o ambiente de Brasília e abrir um caminho para o debate de uma pauta
inversa. O agora ex-ministro parece não ter ficado um só instante confortável
no cargo.
Cid
ao abrir sorriso quando os deputados citavam o nome da presidente Dilma,
mostrava que sua relação com a presidente, a quem chama de “amiga”, não foi
abalada, pelo contrário.
Dilma
mandou reformar a casa que morava quando
ministra para ser a residência de Cid em Brasília. Nunca deixou de
atender seus pedidos. A briga por cargos federais no Ceará tem o DNA de todas
as lideranças políticas. Cid foi taxativo nesse tema. “Quem é governo, tem que
ser governo. Tem que apoiar”.
Cid,
mesmo tendo ficado pouco mais de 75 dias no cargo, enriqueceu seu currículo.
Ele fez questão de exaltar sua história na abertura do seu pronunciamento. Fui
deputado, prefeito duas vezes, governador duas vezes e, agora, ministro”. Cid
está de olho em 2018.
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