sexta-feira, 5 de junho de 2015

Neymar e seus pais são investigado pela Receita Federal

Propriedades do jogador são arroladas em processo que investiga irregularidades na transferência para o Barcelona
A Receita Federal abriu uma representação fiscal para fins penais, em abril deste ano, contra o atacante Neymar e seus pais. Segundo reportagem da revista Época, o patrimônio do jogador é monitorado para o caso de ser comprovada a necessidade de pagamento de uma dívida com o Fisco. A Receita investiga indícios de sonegação fiscal, falsidade ideológica e fraude contra a ordem tributária na transferência de Neymar para o Barcelona, em 2013.

O clube catalão é acusado de aplicar um drible na Receita espanhola ao comprar Neymar do Santos, em maio de 2013. Naquela ocasião, o Barcelona anunciou ter gastado um total de 57 milhões de euros (R$ 188,5 milhões) na negociação com o atacante brasileiro. O Ministério Público da Espanha comprovou, no entanto, que a compra custou na verdade R$ 284 milhões — 66% a mais do que os catalães haviam afirmado. A maior fatia da negociação, de R$ 132 milhões, foi destinada à empresa N&N Consultoria Esportiva e Empresarial, cujos sócios são os pais de Neymar, sob a justificativa de contratos de prestação de serviços. O instituto Neymar Jr. recebeu R$ 8,2 milhões do clube espanhol.

A marcação da Receita Federal em Neymar começou em março de 2014, com a investigação de sucessivas remessas de dinheiro enviado pelo Barcelona à N&N desde 2011. O pai de Neymar foi interrogado pelo Ministério Público Federal (MPF) em maio do ano passado. A suspeita do MPF é que os contratos de prestação de serviço com a empresa em questão serviram apenas para disfarçar a finalidade do dinheiro que não foi incluído oficialmente na negociação com o Santos.
O clube paulista entrou com uma representação na Corte Arbitral do Esportes (CAS), na última quinta, contra Neymar, seu pai e o Barcelona. De acordo com a revista Época, o MPF deve apresentar denúncia criminal nas próximas semanas contra o pai de Neymar e as empresas envolvidas na negociação com o Barcelona.

Josep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona, o ex-presidente e antecessor, Sandro Rosell, e o clube, como pessoa jurídica, foram denunciados pela Justiça espanhola no último mês por suspeitas de crimes fiscais na contratação de Neymar. A fraude acusada é de R$ 44,3 milhões, ou 13 milhões de euros.

Em março, a promotoria anticorrupção na Espanha havia pedido dois anos de prisão para Bartomeu, e sete anos para Rosell, além de solicitar que o clube pague 22,2 milhões de euros (cerca de R$ 70 milhões) por três delitos fiscais referentes à contratação do atacante junto aos Santos, em 2013.

Fonte: Oglobo

Nenhum comentário:

Postar um comentário