Propriedades do jogador são arroladas em processo que investiga irregularidades na transferência para o Barcelona
A Receita Federal abriu uma representação fiscal para fins penais, em abril deste ano, contra o atacante Neymar e seus pais. Segundo reportagem da revista Época,
o patrimônio do jogador é monitorado para o caso de ser comprovada a
necessidade de pagamento de uma dívida com o Fisco. A Receita investiga
indícios de sonegação fiscal, falsidade ideológica e fraude contra a
ordem tributária na transferência de Neymar para o Barcelona, em 2013.
O
clube catalão é acusado de aplicar um drible na Receita espanhola ao
comprar Neymar do Santos, em maio de 2013. Naquela ocasião, o Barcelona
anunciou ter gastado um total de 57 milhões de euros (R$ 188,5 milhões)
na negociação com o atacante brasileiro. O Ministério Público da Espanha
comprovou, no entanto, que a compra custou na verdade R$ 284 milhões —
66% a mais do que os catalães haviam afirmado. A maior fatia da
negociação, de R$ 132 milhões, foi destinada à empresa N&N
Consultoria Esportiva e Empresarial, cujos sócios são os pais de Neymar,
sob a justificativa de contratos de prestação de serviços. O instituto
Neymar Jr. recebeu R$ 8,2 milhões do clube espanhol.
A
marcação da Receita Federal em Neymar começou em março de 2014, com a
investigação de sucessivas remessas de dinheiro enviado pelo Barcelona à
N&N desde 2011. O pai de Neymar foi interrogado pelo Ministério
Público Federal (MPF) em maio do ano passado. A suspeita do MPF é que os
contratos de prestação de serviço com a empresa em questão serviram
apenas para disfarçar a finalidade do dinheiro que não foi incluído
oficialmente na negociação com o Santos.
O
clube paulista entrou com uma representação na Corte Arbitral do
Esportes (CAS), na última quinta, contra Neymar, seu pai e o Barcelona.
De acordo com a revista Época, o MPF deve apresentar denúncia criminal
nas próximas semanas contra o pai de Neymar e as empresas envolvidas na
negociação com o Barcelona.
Josep
Maria Bartomeu, presidente do Barcelona, o ex-presidente e antecessor,
Sandro Rosell, e o clube, como pessoa jurídica, foram denunciados pela
Justiça espanhola no último mês por suspeitas de crimes fiscais na
contratação de Neymar. A fraude acusada é de R$ 44,3 milhões, ou 13
milhões de euros.
Em
março, a promotoria anticorrupção na Espanha havia pedido dois anos de
prisão para Bartomeu, e sete anos para Rosell, além de solicitar que o
clube pague 22,2 milhões de euros (cerca de R$ 70 milhões) por três
delitos fiscais referentes à contratação do atacante junto aos Santos,
em 2013.
Fonte: Oglobo
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