O microbiologista australiano Frank Fenner assustou o mundo
ao fazer uma afirmação séria pesada há algum tempo: daqui a 100 anos
não existirá mais vida humana no nosso planeta. A justificativa é
relativamente simples: estamos criando um mundo inabitável.
Fenner, cujo trabalho é reconhecido desde sua luta nos anos de 1970 para
erradicar a varíola, é nada otimista com relação ao fim do mundo.
Segundo ele, há três fatores que estão nos levando para a extinção
humana: superpopulação, falta de recursos naturais e mudanças
climáticas.
Ainda que a previsão do cientista não seja considerada realmente precisa,
há alguns anos ele nos alerta para determinadas questões que precisam
ser repensadas urgentemente, como o esforço mínimo e insuficiente que
fazemos para diminuir a quantidade monstruosa de substâncias poluentes
que enviamos a todo o momento para a atmosfera.
No final das contas, Fenner acredita que não há meios de reduzir
os danos que já causamos até agora. Diminuir o número de poluição
parece ser apenas a parte mais fácil do trabalho que seria capaz de
mudar o rumo da coisa. A parte mais difícil dessa missão seria
desenvolver meios tecnológicos de reverter esse processo apocalíptico,
que já começou há muito tempo.
Em 2007, Sir David King, conselheiro científico do governo britânico,
disse: “Evitar mudanças climáticas perigosas é impossível – mudanças
climáticas perigosas já estão aqui. A pergunta é: nós podemos evitar
mudanças climáticas catastróficas?”.
Seguindo o raciocínio de Fenner, podemos concluir, a partir da
declaração de King, que ou tudo isso é alarmismo ou, pior, estamos em um
cenário que simplesmente não tem como ser mudado. O colunista David
Auerbach, que escreve para a agência Reuters, acredita que está mais do
que na hora de mudarmos nossas fontes de energia, além de diminuirmos de
fato a quantidade de emissão poluente.
Atualmente,
o objetivo é não deixar que a temperatura global suba mais de 2 ºC. Em
2100 a previsão é de que esse aumento seja de 5 ºC, que já é o
suficiente para provocar inundações, fome, seca, aumento do nível do mar
e extinção em massa. Além do mais, esse aumento da temperatura nos
deixaria próximos dos 6 ºC, que é ponto capaz de deixar nosso planeta
inabitado, destruindo a maioria das espécies.
Ainda que os EUA, a União Europeia e a China tenham se comprometido com
as Nações Unidas a diminuir a emissão de dióxido de carbono, o esforço
não é suficiente. Auerbach usou o raciocínio do jornalista Bill McKibben
para avaliar o assunto: atualmente a temperatura média do planeta já
subiu 0,8 ºC e, mesmo que a emissão de dióxido de carbono fosse
completamente interrompida agora, a temperatura média da Terra subiria
mais 0,8 ºC.
Isso aconteceria porque ainda haveria muito dióxido de carbono na
atmosfera. Fazendo uma conta simples de matemática, percebemos que temos
apenas 0,4 ºC até chegarmos ao aumento limite de temperatura, o que, em
tempo, nos dá mais ou menos30 anos. Ou seja: daqui a três décadas a
situação tende a estar realmente muito feia.
Com esses dados, que são reais, fica infelizmente fácil entender a afirmação de Fenner de que uma criança nascida hoje pode viver
para ver o fim da humanidade. E o que se sabe sobre o assunto é que
todo o esforço para desacelerar esse processo ainda é mínimo.
Neste ano, em novembro, haverá uma conferência na França, que deve
discutir justamente essas questões climáticas. A esperança é a de que
alguma solução tecnológica surja e possa nos dar a chance de ganhar mais
tempo para pensar em alguma estratégia que não apenas reduza a emissão
de dióxido de carbono como nos dê outros meios de viver sem destruir
nossa própria casa. Infelizmente, chegamos a esse ponto.
Fonte: Mega Curioso
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