Desde a saída do PMDB do governo no
início da semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), vem reiterando as críticas às negociações de cargos que estão sendo
feitas nos bastidores pela presidente Dilma Rousseff (PT) para formar uma nova
base aliada.
Na última sexta-feira (1º), Cunha disse
que “o governo está fazendo uma luta insana de tentar fazer cooptação” com os
parlamentares para atingir o número de votos para barrar o processo de
impeachment na Casa. Dilma precisa de 172 deputados.
“Se por acaso o governo conseguir
evitar a abertura do processo de impeachment, ele vai ter que governar no outro
dia, e não vai governar”, disse Cunha. Ele acredita que mesmo que o governo
consiga fazer uma repactuação até o dia da votação, depois teria que fazer
novos acordos para garantir a governabilidade.
O presidente da Câmara também criticou
os atos contrários ao impeachment ocorridos em todo o país na quinta-feira, 31
de março, que classificou como “manifestação da mortadela”. “O PT pedindo fora
Cunha só me honra”, provocou o peemedebista. Ele também disse que “Dilma usa a
estrutura pública para fazer atos políticos e fazer campanha”.
Réu no STF
Eduardo Cunha é réu no Supremo Tribunal
Federal (STF) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Cunha foi o
primeiro parlamentar no exercício do mandato a se tornar réu a partir das
investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na
Petrobras.
Ainda não há data marcada para o
julgamento do deputado no STF. Se condenado, Cunha pode perder o mandato. A
cassação, no entanto, precisa ser aprovada pela maioria dos votos dos 513
deputados.
Acordo Temer-Cunha
Caso Dilma Rousseff saia da Presidência
e o vice-presidente Michel Temer assuma o Palácio do Planalto, Eduardo Cunha
pode renunciar ao comando da Câmara.
A estratégia vem sendo traçada na
cúpula do PMDB e tem por objetivo livrar Eduardo Cunha da cassação no Conselho
de Ética da Câmara, onde enfrenta processo por quebra de decoro parlamentar.
Cunha renunciaria à presidência da
Câmara dos Deputados sob o argumento de que o novo governo precisaria articular
nova maioria no parlamento. Seria suspenso pelo Conselho de Ética, mas manteria
o cargo, garantindo o foro privilegiado no julgamento do Supremo Tribunal
Federal (STF)
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