O ministro das Relações Exteriores, José Serra, negou nessa
quarta-feira (25) que esteja partidarizando a condução da política
externa do país após o Itamaraty enviar a todas as embaixadas uma
circular com a orientação para que a tese de que o impeachment da
presidente afastada Dilma Rousseff é um “golpe” seja “ativamente
combatida”.
Segundo Serra, o documento é uma forma de “uniformizar” o discurso em
resposta a “acusações infundadas” de “alguns setores das Américas”.
Citando um provérbio francês, o ministro ressaltou que o Itamaraty tem
reagido a ataques de países que criticam o governo do presidente em
exercício Michel Temer.
“Se nós somos atacados, reagimos em um tom menor. Não é em um tom
maior, mas não podemos ser acusados de nos defender. Ou seja, se nos
atacam, nos defendemos. Estamos sendo atacados, se nos defendemos, mesmo
em um tom menor, somos acusados de nos defender? Não tem sentido. Se
tem ataques, a gente se defende. E instruímos o corpo diplomático
inteiro nesse sentido”, argumentou Serra.
Entre outros pontos, a circular distribuída a todas embaixadas
brasileiras ressalta que o processo que levou ao afastamento de Dilma
observou as regras e todos os ritos estabelecidas na Constituição.
Em março, ainda no governo Dilma Rousseff, o diplomata Milton Rondó
Filho enviou mensagem às embaixadas, consulados e escritórios
brasileiros em todo o mundo denunciando o que chamou de “golpe” e
“processo reacionário em curso no país contra o Estado Democrático de
Direito”, referindo-se ao impeachment da presidente afastada.
(Agência Brasil)
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