A
recusa do governador Camilo Santana (PT) a bancar o deslocamento da
presidente afastada Dilma Rousseff (PT) ao Ceará, na próxima semana,
está explicada: Camilo está de malas prontas para deixar o PT em direção
ao PDT, do padrinho político Cid Gomes.
Camilo,
mais uma vez, apenas atende aos desejo de Cid e deixa o PT não por
estar cansado das "vadiagens' dos colegas, mas por pura incompetência em
entregar o partido aos Ferreira Gomes.
A
migração do grupo político de Cid e Ciro Gomes para o PDT não incluiu, a
princípio, o governador Camilo Santana para que ele pudesse controlar a
legenda e forçar o apoio à reeleição de Roberto Cláudio à Prefeitura de
Fortaleza.
No
entanto o PT Ceará entendeu, desde 2014, quando Camilo foi eleito com o
apoio de Cid ao Abolição, que o governador já não pensava mais nos
interesses do partido. Em vez de apoiar Roberto Cláudio e indicar o vice
na chapa, o PT preferiu lançar a deputada federal Luizianne Lins na
disputa, a despeito de Camilo.
Fraco
dentro do próprio partido, Camilo fracassou em cada tentativa de mudar a
orientação do PT e, agora, ataca os colegas de legenda e migra para o
PDT, onde Cid poderá usar como quiser a imagem do governador que elegeu
e, claro, a máquina pública.
A
recusa à presidente afastada é bem diferente do comportamento de Cid e
Camilo durante as Eleições 2014, quando usaram de todas as forças para
que Dilma viesse ao Estado pedir votos para o petista.
Agora,
com Ciro Gomes tentando emplacar a candidatura à presidência em 2018
como uma terceira via, uma opção à esquerda, Camilo se distancia do PT
tentando se esquivar do desgaste nacional da legenda diante dos
escândalos de corrupção.
Mas
o tipo pode sair pela culatra. As investigações da Lava Jato estão cada
vez mais próximas de Cid. Ao abandonar de vez o desgastado vermelho
petista, Camilo pode acabar sendo atingido em cheio quando a Polícia
Federal bater na porta do padrinho político.
Fonte :Maurício Moreira
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