Sobral Moradores da localidade de Macarangibe estão com
problemas de abastecimento de água há mais de cinco meses. De acordo
com eles, após faltas constantes, o abastecimento teria sido
interrompido permanentemente no início de março pelo Sistema Autônomo de
Água e Esgoto (Saae).
Pertencente a Taperuaba, distrito de
Sobral, a localidade conta com mais de 60 famílias cujas casas possuem
encanamento, porém não recebem água encanada há mais de 90 dias. Os
meios usados para contornar a situação vão desde a ajuda de vizinhos que
possuem cacimbões até a compra de água. Alguns aposentados e donas de
casa chegam a pagar os vizinhos para que eles peguem água em um lago
próximo e levem até suas casas.
Para a autônoma Janderlina
Mesquita, esse é um gasto que tem afetado a economia da família. "A água
que vem do cacimbão não dá pra beber, a gente usa mais para cozinhar e
tomar banho. Já a que vem do lago, usamos para lavar as louças e roupas,
mas sempre racionando. Para beber, temos que comprar garrafões. E a
conta de água continua vindo, mesmo sem ter água, pagamos uma taxa fixa
mensal de R$ 10,56".
Na última leitura de água realizada pelo
Saae, os funcionários foram impedidos pelos moradores de realizar o
trabalho. De acordo com a dona de casa Benedita Barbalho, não há sentido
em fazer uma leitura quando não a água não foi usada. "Nós não nos
negamos a pagar pela água fornecida, nem as taxas de manutenção, mas
foram dois meses seguidos pagando taxas e taxas e nenhuma água. Nossa
atitude foi pensada em comunidade e queremos apenas chamar atenção dos
responsáveis para que eles tomem as providências necessárias. Pagaremos
sim, quando a água chegar à torneira de todas as casas", afirma ela. O
aposentado Antônio Rogério comprou garrafões e diariamente vai até o
lago para enchê-los. "Na minha última ida a Fortaleza, tive que comprar
esses garrafões para poder trazer mais água para casa. Têm dias que
encho a caixa d´água de 1000 litros só indo e vindo. O lago não é tão
perto daqui e isso prejudica minha saúde, pois o peso é muito". O
aposentado teme ainda pelo nível em que o lago se encontra. "Se a
situação continuar assim, não sei até quando vai aguentar, pois é muita
gente tirando água dali todo dia. A estimativa local é de que, em menos
de dois meses, a água coletada lá esteja completamente imprópria pra
usar. Se acabar o problema vai continuar, como é que vamos sobreviver?",
pergunta.
De acordo com os moradores, no início do ano, o Saae
alegava que uma peça havia quebrado e por isso faltou água por mais de
um mês. Depois de solucionado o problema, o abastecimento ficou durante
uma semana regular e depois começou a faltar de novo. Janderlina diz que
esse foi um processo gradual. "Primeiro veio água a semana inteira,
depois começou a faltar semana sim semana não. Por último, faltou e não
veio mais".
O diretor-presidente do Saae, Luis Fernando Coelho
Viana, explica que esse problema já foi técnico e agora é apenas um
desencontro de gestão. "O Saae é responsável pelo abastecimento de
Macarangibe. Para chegar lá, a água tem que passar por Taperuaba, onde a
Cagece administra. Quando chega lá, a água de Macarangibe não é
encaminhada para a localidade. Atualmente estamos conversando com a
Cagece e esperamos resolver o problema até o fim da semana". O diretor
diz ainda que o problema não é falta do produto. "Água tem para
abastecer toda a localidade em abundância. A questão agora é conversar".
Mais informações:
Serviço Autônomo de Água de Sobral (Saae)
Rua Dr. João Monte, 517, Centro
Telefone: (88) 3611.4771
fonte:diário do nordeste
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