terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ceará reduz mortalidade infantil em 48%

Apesar da diminuição registrada pela Secretaria da Saúde do Estado, a mortalidade em menores de um ano (neonatal) ainda é a mais preocupante. As causas estão relacionadas à saúde da mulher na gravidez (Foto: Kid Júnior/Diário do Nordeste)
O Ceará reduziu a mortalidade infantil em 48%, na faixa etária até nove anos de idade, entre 1998 e 2008. O número de óbitos caiu de 5.195 para 2.704. Nos anos seguintes, a queda continuou acentuada. Em 2011, foram 2.230 mortes. Entre os menores de um ano, a taxa de mortalidade caiu de 29,7 por mil nascidos vivos, em 1998, para 13,6 por mil nascidos vivos, em 2011, com redução de 4.147 óbitos para 1.761. Os dados são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Apesar da diminuição, a mortalidade em menores de um ano (neonatal) ainda é a mais preocupante. As causas estão relacionadas à saúde da mulher na gravidez. Isso porque a qualidade do pré-natal ainda não é a ideal e muitas mães não procuram atendimento durante a gravidez, fora a assistência à mulher no parto que precisa ser mais eficiente.

"O pré-natal diminui os riscos da mãe e, consequentemente, dos bebês, mas ainda existe a carência do vínculo das mães a um hospital que realizará o parto", alerta a ginecologista Zenilda Bruno. Além disso, o Ceará ainda ressente de Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) neonatais, segundo a médica.

As razões da redução da mortalidade de um a nove anos passam pelo combate à diarreia por meio do soro caseiro, melhoria do saneamento básico, atendimento às comunidades pelos agentes de saúde e pela ampliação da cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), como informa a ginecologista.

De um a nove anos, as causas externas, como acidentes de transporte, afogamento e agressões, são os principais motivos de mortes. Segundo o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, para a redução da mortalidade em crianças até nove anos, uma melhor estrutura da atenção básica, incentivo à amamentação e pré-natal bem feito foram ações essenciais.

Vacinação

Já para a faixa etária de um a nove anos, os investimentos foram na vacinação, controle da diarreia, com a distribuição do soro caseiro e ampliação do setor pediátrico dos hospitais. "Conseguimos medidas exitosas na área da saúde", coloca. De acordo com o gestor, foi possível manter a mesma linha de controle de infecções parasitárias, neoplasias e cânceres infantis.

No que diz respeito às causas externas, responsáveis pela morte de crianças de um a nove anos, Arruda Bastos revela que as áreas de trânsito e segurança estão sendo controladas para reduzir os números.

A coordenadora da atenção básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Lídia Dias, revela que o investimento na saúde primária é uma constatação científica para a redução da mortalidade infantil. "Isso faz com que muitas mulheres sejam atendidas em seus domicílios e encaminhadas para o pré-natal". Ela alerta que este tipo de investimento é mais impactante na diminuição dos óbitos neonatais.

A coordenadora destaca que, hoje, as políticas de saúde contra a mortalidade são promissoras em virtude, principalmente, da Rede Cegonha, projeto do governo federal. "Temos tido investimentos maciços nas prefeituras". Mas diz que ainda é necessário mais verba do PSF, apesar de Fortaleza ter a terceira maior cobertura, um percentual de 35%.

Albert Sabin celebra 60 anos

O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) chega aos 60 anos, na próxima quinta-feira (1°). Para comemorar, uma solenidade será realizada no Theatro José de Alencar, às 20 horas.

Como centro de referência, o hospital tem contribuído para a redução da mortalidade infantil. Classificado como unidade de atenção terciária em pediatria, o Hias conta com emergência clínica e cirúrgica, procedimentos de alta complexidade em oncologia, neurocirurgia, cirurgia cardíaca e cirurgia plástica, além de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades Neonatais de médio e alto risco. Atualmente, o Albert Sabin dispõe de 267 leitos, sendo 41 de UTIs e 26 especialidades médicas. Por mês, são realizadas 850 internações e 550 procedimentos.

Segundo o diretor geral do Hias, Walter Frota, o hospital é o único do Ceará que trata câncer infantil. "Além disso, tem vocação para o ensino. Podemos destacar também que o Hias é o único no perfil dele", destaca.

O Albert Sabin foi o primeiro hospital pediátrico de Fortaleza. Nasceu em 26 de novembro de 1952, com o nome de Hospital Infantil de Fortaleza (HIF).

Ocorrências

13,6 por mil nascidos vivos foi taxa de mortalidade, na faixa etária de zero a um ano, registrada em 2011, no Ceará. Em 1998, o índice era de 29,7 por mil nascidos vivos

Fonte: Diário do Nordeste

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