quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Governo garante conta de energia mais barata em fevereiro

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sustentou, ontem, que o Governo Federal vai aplicar o desconto de 20% na conta de energia elétrica do brasileiro em 2013. Ele anunciou que a medida já valerá em fevereiro. Lobão concedeu entrevista após o encerramento de reunião do Conselho de Monitoramento do Sistema Elétrico, em Brasília.

Não se consolidou a expectativa de que houvesse alguma mudança de planos do Governo em função do baixo nível dos reservatórios hídricos no País, e consequente acionamento das usinas termelétricas. O discurso foi otimista e afirmativo.

Para Lobão, o Brasil tem energia suficiente para atender às necessidades do País. “Não há, não houve, e espero que não haja, no futuro, o desabastecimento”. O ministro diz esperar que os níveis de água dos reservatórios das hidrelétricas voltem ao normal em curto prazo.

As represas do sistema Sudeste/Centro-Oeste caíram os níveis de 28,43% para 28,32% de segunda para terça-feira, 8, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). No Nordeste, os reservatórios caíram de 30,64%, na segunda-feira, para 30,20% na terça. Redução também no Norte, de 40,23% para 39,88%. Somente no Sul houve recomposição, de 41,36% para 43,40% no mesmo período.

A situação de baixa foi o que acendeu o alerta para o risco de desabastecimento, como acontecera em 2001. A situação das reservas é semelhante e a demanda por energia aumentou. Por isso, mesmo com mais termelétricas em ação, há ponderações sobre o otimismo governamental.

Conforme o consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, só não haverá medidas restritivas no uso da energia elétrica caso as condições hidrológicas sejam favoráveis.

“Tenho a impressão que o ministro (Lobão) fez um contrato com São Pedro. Existe uma crise. Está produzindo energia mais cara, deveria estimular o consumo mais eficiente, com menos desperdício. Teria sido melhor tomar ações preventivas”, critica Picanço.

O especialista lembrou que, no “apagão” de 2001, o Governo negou o racionamento até março, antes da crise energética. “A informação que dão não é coerente com a situação”, alerta.

A conta virá depois
O especialista em energias renováveis Adão Linhares explica que o desconto será dado, mas o custo pelo uso das usinas termelétricas - calculado em R$ 400 milhões - será cobrado. “O Governo está contratando com nosso dinheiro. Essa cobrança vai vir depois no reajuste de tarifa”. O custo poderá ser elevação de 2% a 3% nas contas ainda em 2013, a depender do nível dos reservatórios.

Fonte: O Povo

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