sábado, 20 de junho de 2015

Senadores criticam postura do governo Dilma sobre episódio na Venezuela

“Nós fomos levados para uma arapuca previamente armada”. Essa foi a síntese feita pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), sobre a missão “humanitária e democrática” de oito senadores brasileiros à Venezuela. Ao relatar o episódio em Plenário, nessa sexta-feira (19), Aloysio cobrou a responsabilidade do governo brasileiro pela situação de risco físico enfrentada pela comitiva, que se deslocou a Caracas, na quinta-feira (18), para visitar lideranças políticas presas por oposição ao governo Nicolás Maduro.
— A delegação brasileira ficou totalmente desprotegida sem a presença de alguém da embaixada, evidentemente orientada pela própria presidente da República (Dilma Rousseff), que tem simpatia ideológica, de cumplicidade, com o regime ditatorial da Venezuela — criticou Aloysio.
Integrante da comitiva, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que vai apresentar, na quinta-feira (25), requerimentos de convocação do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do embaixador do Brasil na Venezuela, Rui Pereira, para prestar esclarecimentos sobre a falta de apoio da diplomacia brasileira à visita dos senadores à Venezuela.
Vários senadores manifestaram indignação em Plenário pelo abandono imposto à comitiva brasileira na Venezuela. Membro da delegação, o senador José Medeiros (PPS-MT) refutou a alegação de falta de apoio diplomático pelo fato de não se tratar de uma missão oficial.
— Se não era oficial, o que um avião da FAB (que transportou os senadores) estava fazendo por lá? — indagou Medeiros.
Críticas de aliados à postura do governo brasileiro frente ao episódio, como as feitas pelos senadores Ivo Cassol (PP-RO) e Sérgio Petecão (PSD-AC) – também integrante da comitiva – levaram o presidente da CRE a saudar “o amplo movimento político” que respaldou a atitude do Senado na busca pela preservação da democracia, da liberdade de expressão e dos direitos humanos naquele país.
(Agência Senado)

Nenhum comentário:

Postar um comentário