“A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) divulgou
hoje (17) um balanço que estima queda de 3,5% no Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro neste ano e de 2% em 2016. PIB é a soma de todos os
bens e serviços produzidos no país. O Balanço Preliminar das Economias
da América Latina e do Caribe foi anunciado em Santiago do Chile, pela
secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
As projeções demonstram que a economia dos países da América Latina e
do Caribe terão recuo de cerca de 0,4% em 2015, puxado pelas retrações
do Brasil e da Venezuela.De acordo com a Cepal, a Venezuela terá queda
de 7,1% do PIB este ano e a de 7% em 2016. A região, como um todo,
deverá crescer somente 0,2% no próximo ano.
Segundo o estudo, a América Latina e o Caribe deverão enfrentar
desafios em função do lento crescimento da economia mundial, que deve
chegar a 2,9% no ano que vem. Em 2015, a taxa foi de 2,4%, levemente
inferior à de 2014, que foi de 2,6%.
“É necessário retomar o crescimento e reverter o ciclo contracionista
do investimento em um contexto de lenta recuperação mundial e queda no
comércio”, afirmou Alicia Bárcena.
Além disso, as incertezas sobre o crescimento da China devem
influenciar a região também. O país asiático, um dos principais sócios
comerciais da América Latina, tem apresentado uma significativa
desaceleração – estima-se que chegue a uma taxa próxima de 6,4%.
“A desaceleração da China atua nos preços dos nossos produtos
exportados, e o grande exemplo é o ferro. Mas temos que ver o que é
positivo e o que é negativo. Podem “sobrar” recursos para eles
investirem em lugares com maior propensão a crescimento, dado que eles
estão diminuindo o ritmo de crescimento. Isso pode estimular um fluxo de
investimentos estrangeiros chinês um pouco mais interessante para a
região”, afirmou hoje, em Brasília, Carlos Mussi, diretor do Escritório
da Cepal no Brasil.
Outro fator relevante para as economias da região é o preço das
matérias-primas, que ficou em baixa neste ano e para as quais não se
esperam mudanças significativas em 2016. Entre janeiro de 2011 e outubro
de 2015, a queda dos preços dos metais e da energia (petróleo, gás e
carvão) foi próxima de 50%, enquanto os preços dos alimentos diminuíram
30% no mesmo período.
Durante o ano de 2015, o preço dos produtos energéticos é o que
mostra a maior queda, 24% até outubro, enquanto o preço dos metais
diminuiu 21% e o dos produtos agrícolas, 10%.
O estudo demonstrou também aumento da taxa de desemprego, que chega a
6,6% e corresponde a 14,7 milhões de pessoas. O emprego assalariado
cresceu 0,4%, percentagem muito inferior à de 0,8% registrada em 2014.”
(Agência Brasil)
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