As gravações que
levaram o senador Romero Jucá (PMDB-RR) a se licenciar do Ministério do
Planejamento na última segunda-feira (23) serão incorporadas à defesa da presidente
afastada, Dilma Rousseff, na peça que será entregue à comissão do impeachment,
no Senado, na próxima semana. O prazo para a
apresentação da defesa da petista vence no dia 1º de junho. Na quinta (2), a comissão do
impeachment se reúne para votar o calendário dos trabalhos. De acordo com o senador
Lindbergh Farias (PT-RJ), fica clara que a motivação do impeachment não foram
os decretos suplementares nem os crimes de responsabilidade. As conversas foram
reveladas pela Folha de S.Paulo na segunda (23) e ocorreram em março passado.
Nos diálogos, o
ex-ministro do Planejamento sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto
para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato, na
qual ambos são investigados. Além de incorporar os trechos da gravação de Jucá
na defesa de Dilma, o PT também vai utilizá-los como argumento para o
presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski, que
agora é o responsável pela condução do processo no Senado, tentar paralisar o
caso.
Na quarta-feira
(25), Farias apresentou uma questão de ordem na reunião da comissão do
impeachment, utilizando-se justamente da gravação de Jucá para afirmar que
houve interesses dos principais articuladores do presidente interino, Michel
Temer, de retirar Dilma da Presidência para interferir na Lava Jato. Com isso,
o senador pretendia paralisar a tramitação do processo de impeachment, o que
foi negado pelo presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).
Nenhum comentário:
Postar um comentário