quinta-feira, 14 de março de 2019

Assentamento do MST inaugura Agroindústria em aniversário de 20 anos

Festa do Assentamento Dorcelina Folador, localizado em Arapongas, vai acontecer nesta sexta-feira (15)


Foto: Joka Madruga


Por Ednubia Ghisi
Da Página do MST


Para marcar o aniversário de 20 anos do Assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas (PR), acontece nesta sexta-feira (15/03) a entrega de uma agroindústria para o beneficiamento de frutas e verduras MST). O evento começa às 9h, no próprio assentamento, onde vivem cerca de 130 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

A expectativa é a de que mais de 1500 pessoas participem do ato, incluindo o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Anacleto Ortigara, Dom Geremias Steinmetz, Arcebispo de Londrina e os deputados estaduais Professor Lemos (PT) e Arilson Maroldi Chiorato (PT). Também são esperados os prefeitos das cidades de Arapongas, Apucarana, Tamarana, Londrina, Centenário do Sul, Florestópolis e Prado Ferreira e 16 vereadores da região.

Na programação consta a inauguração da Agroindústria e um ato político, seguida de almoço com churrasco oferecido gratuitamente pelas famílias assentadas e a confraternização com moda de viola tocada pelos artistas populares da comunidade.



Foto: Joka Madruga

Beneficiamento da produção

O agricultor José Damaceno, integrante da coordenação estadual do MST e morador do assentamento, conta que a nova agroindústria vai possibilitar a classificação, padronização e maturação das frutas, assim como a classificação, lavagem e conservação em câmara fria das verduras. “Vai ser algo novo pra nós, como forma de contemplar a renda das famílias assentadas”, explicou.

A estrutura e os equipamentos foram adquiridos a partir de recursos próprios dos assentados, que integram a Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), e por meio de um projeto vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado. As famílias fazem parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e destinam maior parte da produção do assentamento à merenda de escolas e colégios da região.

A estrutura e os equipamentos foram adquiridos a partir de recursos próprio dos assentados, que integram a Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), e por meio de um projeto vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado. Atualmente a Copran atende 32 municípios e 500 escolas municipais e estaduais com o abastecimento de merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). 

Essa será a segunda agroindústria conquistada pelo assentamento Dorcelina Folador. A primeira foi criada em 2013 e industrializa cerca de 40 mil litros de leite por dia, vinda da produção do assentamento e de aproximadamente 4 mil famílias de municípios da redondeza. A indústria possibilitada a pasteurização do leite e a produção de derivados, como queijo mussarela, manteiga e iogurte. Os produtos estão nas prateleiras de mercados de Londrina, Maringá e Curitiba, com a marca Campo Vivo.


Damasceno vive na área há 18 anos junto com a esposa tem uma perspectiva positiva sobre esta nova agroindústria. “As famílias já têm um exercício de produção cooperada de leite, tanto na produção quanto na industrialização. Essa agroindústria voltada para as frutas e verduras vai agregar mais famílias para a cooperação, trazer mais renda e gerar mais empregos para a juventude assentada”, contou. 

Vida comunitária

Além do leite, das frutas e verduras, a produção do assentamento também é de grãos e bicho da seda. Localizada a pouco mais de 30 quilômetros de Londrina, no norte do estado, o assentamento Dorcelina Folador é formado por cerca de 430 pessoas. Das 130 famílias morando no local, 93 são assentadas.

A conquista das duas agroindústrias proporcionou também a atuação coletiva das famílias nestas últimas duas décadas, resultando na criação de outros equipamentos de uso comum: um Centro Social, utilizado para o lazer, reuniões e assembleias; um espaço para prática de esportes e jogos; um campo de futebol; um parque infantil; e uma cancha de bocha.

As crianças filhas das agricultoras e agricultores estudam na Escola Municipal Rural São Carlos, localizada ao lado do assentamento. Elas são 60% dos estudantes da escola, frequentada também por crianças vindas de outras comunidades.

*Editado por Fernanda Alcântara

Fonte: MST














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