quarta-feira, 6 de março de 2019

Sem Terra são presos arbitrariamente na Bahia


Na última semana polícias sem ordem de busca e apreensão invadiram o acampamento do MST localizado em Boa Vista do Tupiniquim, Bahia, e apreenderam dois acampados para averiguação, sem causa e/ou justificativa aparente. Diante do ocorrido, o MST denuncia mais esse ato de criminalização contra o Movimento. 

"Fica evidente que esse episódio não passa de mais perseguição ao MST. Movimento esse que no município de Boa Vista do Tupim conta com cerca de mil famílias beneficiadas pela Reforma Agrária Popular. Atualmente são oito assentamentos na região que contribuem diretamente com a economia, a cultura, com a elevação da qualidade de vida da população da região através do cultivo de alimentos saudáveis". 


Acompanhe: 


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público demostrar indignação com o ocorrido nos dias 23 e 24 de fevereiro em Boa Vista do Tupim, Chapada Diamantina, Bahia. Na ocasião, por volta das 19h30 do dia (23) policiais militares locados da 59ª CIP invadiram a residência de um acampado e depois de uma série de questionamentos o levaram preso para a delegacia de Itaberaba.


Não bastasse a prisão arbitrária que, segundo os policiais, foi baseada em 'notícias', o proprietário da fazenda Santa Fé, conhecida como Itapiroroca, hoje acampamento Mãe Terra, onde estão acampados cerca de sessenta famílias, ameaçou de forma direta o acampado. 


Na manhã do dia seguinte (24) os policiais retornaram ao acampamento e levaram mais um companheiro para delegacia, sob as mesmas acusações de ameaça ao fazendeiro. Devido a atuação da militância os acampados foram liberados no mesmo dia. Ainda assim, essa não deixa de ser uma afronta aos princípios democráticos e a dignidade humana dos companheiros que foram conduzidos arbitrariamente para delegacia.


Para o Movimento, fica evidente que esse episódio não passa de mais perseguição ao MST. Movimento esse que no município de Boa Vista do Tupim conta com cerca de mil famílias beneficiadas pela Reforma Agrária Popular. Atualmente são oito assentamentos na região que contribuem diretamente com a economia, a cultura, com a elevação da qualidade de vida da população da região através do cultivo de alimentos saudáveis.


Há 35 anos do MST no Brasil e 32 Bahia, o Movimento demonstra que outro Brasil é possível. Já são milhares de famílias que conquistaram a terra, crianças, jovens e adultos que têm acesso à educação, vários destes, inclusive, que acessaram o ensino superior através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).


Mas mais importante do que as conquistas materiais, são as mudanças que ocorrem na vida de cada família Sem Terra. Além disso, o Movimento Sem Terra em toda sua história tem denunciado o latifúndio, as desigualdades sociais provocadas pela injusta estrutura fundiária do Brasil e o agronegócio.


O MST opõe-se ao atual modelo e propõe a Reforma Agrária Popular como saída para a diminuição das desigualdades provocadas pelo latifúndio.

Fonte: MST

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