Em várias cidades do Brasil, panfletagens, atos, manifestações e assembleias serão realizadas na próxima sexta-feira, 22 de março, o dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência.
Sérgio Nobre, Secretário Geral da
CUT, afirma que a data é um dia de alerta para que a classe trabalhadora se
conscientize sobre a realidade do Brasil – de ataques aos direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras - e um esquenta para uma greve geral que deve
acontecer, caso Bolsonaro insista em aprovar a reforma da Previdência.
“Temos um grande motivo para uma
greve geral e 22 de março será um dia de alerta. A CUT e as centrais orientaram
seus sindicatos, que estão dialogando com os trabalhadores sobre o que
representa essa reforma. A sociedade precisa ter noção do que está
acontecendo”, diz o dirigente.
Entre as principais perversidades da
proposta estão a obrigatoriedade da idade mínima para aposentadoria de 65 anos
para os homens e 62 para mulheres, o aumento do tempo de contribuição 15 para
20 anos e o fim das condições especiais para trabalhadores rurais e professores
terem direito ao benefício. A PEC da reforma da Previdência ainda traz a possiblidade
de ser implantado o regime de capitalização, em que o trabalhador contribui
mensalmente, em uma conta individual, administrada por financeiras privadas.
"Se isso acontecer, o Brasil enfrentará uma tragédia. Muitos não
conseguirão se aposentar porque vão morrer antes disso. É cruel
- Sérgio Nobre
Ele alerta ainda que em países como
México e Chile, onde o sistema foi adotado, o que se viu foi idoso com
benefício reduzido de forma drástica e vivendo de favores das famílias.
“Esse sistema de capitalização da
previdência não serve para nada além de atender aos interesses dos bancos,
tirando o dinheiro do trabalhador. É preciso entender que a Previdência também
ampara as pessoas na viuvez, nos acidentes de trabalho, na doença e se houver
um desmonte, o estrago será irreversível”, diz Sérgio Nobre.
Ele também considera que o Dia
Nacional de Luta em Defesa da Previdência é um alerta à classe trabalhadora
sobre a realidade imposta pelo governo Bolsonaro, que deu continuidade ao
ataque aos direitos dos trabalhadores, iniciado pelo ilegítimo Michel Temer
(MDB), com ações como a reforma Trabalhista e lei que ampliou a terceirização.
"Com Lula tivemos, no início do
governo, programas como o Fome Zero, para acabar com miséria no Brasil, mais
direitos e geração de emprego e renda. Bolsonaro já está há quase 90 dias no
poder e até agora só o que fez foi atacar os direitos”, lembra Sérgio, que
completa: além de acabar com o sonho da aposentadoria, enganando o povo
brasileiro, o presidente fala apenas em flexibilização ainda maior da lei
trabalhista com a ideia da carteira verde-amarela com menos direitos aos jovens
que ingressam no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que ataca a organização
sindical por meio da Medida Provisória (MP) 873, que proíbe o desconto em folha
de pagamento das mensalidades pagas pelos trabalhadores aos sindicatos.
Sérgio Nobre considera a MP uma
atrocidade, “um ataque à democracia”. Ele afirma que “é uma maldade do governo
para neutralizar a luta dos sindicatos pelos direitos dos trabalhadores,
ameaçando inclusive autuar e prender a diretoria das entidades que não mudarem
o desconto em folha pela emissão de boletos, conforme prevê a MP”.
"Ledo engano de Bolsonaro se acha que vai nos derrotar. Se preciso,
os sindicatos vão passar até sacolinha nas portas de fábricas para arrecadar
fundos para fazer a luta dos trabalhadores
- Sérgio Nobre
Manifestação Popular
O desmonte do sistema previdenciário,
o fim do sonho da aposentadoria e a tentativa de Bolsonaro ‘acabar de vez’ com
as leis trabalhistas, na avaliação de Sérgio Nobre, são motivos para que o
trabalhador reaja é vá às ruas na sexta-feira 22, Dia Nacional de Luta em
Defesa da Previdência.
"A vida do trabalhador nunca foi
fácil, mas foi sempre em momentos de dificuldade que a nossa luta conquistou e
manteve direitos. E agora não pode ser diferente”, diz Sérgio, reforçando
também a necessidade de pressionar parlamentares para que votem contra a
proposta porque, segundo ele, é desta maneira que se sensibiliza parlamentares:
“tem que dizer ‘camarada’, votei em você para melhorar a vida do povo e não
para tirar direito do trabalhador”.
Fonte: CUT
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