Nascida de baixo para cima, a
tese de que o PMDB precisa realizar uma pré-convenção em março de 2014 começa a
ser absorvida pela cúpula do partido. Até o vice-presidente Michel Temer, que
torcia o nariz para a ideia, já cogita encampá-la. O movimento evolui por
pressão dos diretórios estaduais, não por opção da direção nacional. A decisão
deve ser tomada nos próximos dias.
Pelo calendário previsto em lei,
a convenção que irá decidir se a renovação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer
convém ou não ao partido terá de se realizar em junho. Até bem pouco, a
reedição da parceria com o PT era vista como favas contadas. Hoje, feridas
abertas nos Estados levam lideranças regionais do PMDB a desligar o piloto
automático.
Em privado, o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves, diz que a ideia da pré-convenção dividiu o PMDB
em dois grupos. Um deseja o encontro de março para antecipar a deliberação
sobre a aliança nacional. Outro enxerga a reunião como uma oportunidade para
inventariar os problemas de modo a saná-los antes que contaminem a convenção de
junho.
Somando-ser os dissidentes
notórios com os insatisfeitos de ocasião, são pelo menos nove os Estados onde o
PMDB se estranha com o PT e vice-versa: Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Rio
de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Na convenção de junho, aquela em
que o PMDB decidirá se vale a pena renovar a aliança federal com o PT, os
convencionais virão dos Estados. No total, serão cerca de 520. Como alguns têm
o direito de votar mais de uma vez, descerão à urna algo como 740 votos. Quem
conhece o PMDB por dentro diz que, se a votação fosse hoje, a aliança com o PT
estaria ameaçada.
Fonte: Blog do Josias de Sousa
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