Quem diria que seria possível ver brilhar,
num governo petista, uma estrela liberal, ortodoxa e com luz própria?
Sob a ótica da primeira administração de Dilma Rousseff, Joaquim Levy
chega ao Ministério da Fazenda quase como um anti-herói, ou será vilão?
Afinal, pela agenda apresentada pelo economista em seu discurso de
posse, o “necessário” não combina em nada com o “agradável”.
Para
financiar os ajustes, Levy já avisou, das formas mais eufemísticas
possíveis, que vai haver aumento de impostos. Sim, porque não há
milagre. Para controlar o endividamento público, o Estado vai precisar
arrecadar mais. E já que a economia não cresce, a carga tributária
precisa aumentar. Talvez o novo ministro comece retirando benefícios
concedidos nos últimos quatro anos, como as desonerações de alguns
setores ou a volta dos impostos que foram retirados de algumas cadeias
de produção.
O economista mais badalado do momento no Brasil já
tem agenda e time preparados para transformar o quatro anos de Dilma.
Não há “estrelas” na equipe que vai comandar o caixa federal, a
arrecadação, os gastos e as escolhas para economia sob a gestão de Levy.
Mas a maioria dos nomes escolhidos já teve experiência na máquina
pública e são nomes de confiança do próprio ministro.
Esta
escolha demonstra que, pelo menos para trazer seu time, Joaquim Levy
ganhou liberdade da presidente Dilma. Os nomes foram tão bem guardados
que ninguém conseguiu acertar ou antecipar alguém, num furo de
reportagem. Outra demonstração de estilo de gestão do ministro:
centralização e domínio sobre seu entorno.
A fala mansa de
Joaquim Levy pode ser a chave de seu sucesso e manutenção de seu brilho.
Foi assim que ele defendeu o fim do “patrimonialismo” do Estado
brasileiro, avisando aos “campeões nacionais”, que se beneficiaram com
ações do primeiro mandato de Dilma, que o dinheiro barato às custas do
Tesouro Nacional vai minguar.
E para selar a marca que pretende
impor ao seu mandato, o novo ministro da Fazenda lembrou uma das
máximas da economia que o Brasil descuidou nos últimos anos: “Apenas o
trabalho pode gerar riqueza”, disse Joaquim Levy.
fonte:g1.com
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