O vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Aedes aegypti também é vetor da dengue, febre amarela e chikungunya.
Oito bebês morreram, no Ceará,
por microcefalia associada ao vírus da zika, de acordo com boletim
epidemiológico divulgado nesta terça-feira (5) pela Secretaria de Saúde
do Estado. Segundo o boletim, ocorreram 28 óbitos, sendo quatro casos de
natimortos e 24 casos que evoluíram a morte após o nascimento.
Destes,
46,4% (13) permanecem em investigação e 53,6% (15) foram confirmados
sugestivos de infecção congênita. O vírus zika é transmitido pelo
mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue, febre amarela,
chikungunya e síndrome de Guillain-Barré.
De
acordo com infectologista Roberto da Justa, após o nascimento, o bebê
não tem mais o vírus zika no corpo. "O vírus esteve durante o
desenvolvimento fetal, mas após dias ou semanas, ainda no corpo da mãe, o
virus é eliminado. A criança não transmite vírus pra ninguém. Ela fica
com as sequelas da infecção durante a gravidez", explica.
"Uma
parcela vai nascer com microcefalia, outra parcela não vai nascer. O
dano cerebral às vezes é tão grave que acaba comprometendo funções
vitais, principalmente respiração e capacidade de se alimentar", relata.
"Existem casos mais leves, outros mais graves. Pode repercutir
futuramente no desenvolvimento psicomotor, fala, aprendizagem, memória,
locomoção", explica o médico.
"Uma
parcela vai nascer com microcefalia, outra parcela não vai nascer. O
dano cerebral às vezes é tão grave que acaba comprometendo funções
vitais, principalmente respiração e capacidade de se alimentar", relata.
"Existem casos mais leves, outros mais graves. Pode repercutir
futuramente no desenvolvimento psicomotor, fala, aprendizagem, memória,
locomoção", explica o médico.
O
boletim mostra, ainda, que entre outubro de 2015 e 4 de abril deste
ano, foram notificados 437 casos de microcefalia no estado. Destes,
17,4% (76) foram confirmados, 26,1% (114) foram descartados e 56,5%
(247) estão em investigação. Do total de notificados, 83,5% (365) foram
detectados no pós-parto e 16,0% (70) durante a gestação. Dos casos
confirmados, 88,2% (67) foram encerrados. Outros 240 são investigado. Em
março, foi confirmado pela 1ª vez um caso de microcefalia em um bebê
vivo, em Fortaleza.
De
acordo com o Ministério da Saúde, a Região Nordeste é tida como o
epicentro do surto de microcefalia associado ao zika, mas um aumento
relativo na incidência da doença também já foi notado em outros estados,
com menor intensidade. Nenhuma área habitada pelo Aedes aegypti, em
princípio, está livre de ver casos de microcefalia associados ao zika no
futuro, mesmo que não sejam muitos.
Microcefalia
A
microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com um crânio de
um tamanho menor do que o normal – com perímetro inferior ou igual a 32
centímetros (até este ano o Ministério da Saúde adotava 33 cm, mas a
medida foi alterada de acordo com parâmetros da Organização Mundial da
Saúde). A condição normal é de que o crânio tenha um perímetro de pelo
menos 34 centímetros. Essas medidas, no entanto, valem apenas para bebês
nascidos após nove meses de gestação, e não são referência para
prematuros.
Na
maior parte dos casos, a microcefalia é causada por infecções
adquiridas pelas gestantes, especialmente no primeiro trimestre de
gravidez – que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. De acordo
com os especialistas, outros possíveis causadores da microcefalia são o
consumo excessivo de álcool e drogas ao longo da gestação e o
desenvolvimento de síndromes genéticas, como a síndrome de Down.
Pesquisas
Pesquisadores
brasileiros descobriram que o agente infeccioso que se espalhou pelo
Brasil é resultado de uma mutação que criou um tipo novo de vírus muito
mais perigoso e que ataca as células dos cérebros dos bebês. Segundo
eles, esse é uma vírus diferente do que foi identificado em Uganda, na
África, em 1947.
"Foram
mutações que tornou o vírus zika capaz de entrar no sistema nervoso
central das pessoas com mais facilidade. O vírus africano infecta e
destrói logo a célula. O nosso vírus opera a diferenciação da célula".
explica Amílcar Tanuri, virologista e pesquisados da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Assim,
a infecção impede que as células troco virem neurônios, que são as
células do cérebro. Sem a multiplicação dos neurônios, o cérebro dos
bebês não cresce, mostra a pesquisa.
Recomendações
Para
evitar o contágio, a Secretaria de Saúde orienta sobre os cuidados com o
mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus. As gestantes devem fazer uso de
repelente tópico, considerando a relação causal entre o Zika vírus e os
casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika diagnosticados no país.
Estudos indicam que o uso tópico de repelentes a base de DEET por
gestantes não apresenta riscos.
Fonte: G1 CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário